quarta-feira, 21 de abril de 2010

Se o cordeiro for mansinho, o lobo o perdoa?

quarta-feira, 21 abril, 2010 às 17:17

A polêmica no último post foi tão intensa que achei que não bastava responder ali, até porque os comentários já são tantos que estão divididos em duas páginas e alguns não atentam para navegar na anterior.

Então, vamos deixar bem claro: não estou propondo nenhum tipo de ação de “bode cego”, radical ou furiosa.

Estou pedindo que haja contraponto às manipulações da mídia e das pesquisas. Dentro da lei, dentro das franquias que os partidos têm.

Não podemos deixar de fazer as coisas para que “não fique parecendo” que somos o que disserem de nós. Até porque dirão o que quiserem, quando quiserem e como quiserem.

Eu já contei aqui a fábula do lobo e do cordeiro. As razões do lobo, meus caros, são as suas garras e dentes.

Quando Collor fez a baixaria de levar a Mirian para a televisão, com o apoio expresso de um editorial de O Globo, quando a Globo fez aquela edição criminosa do debate de Lula e Collor, não fez falta a população em geral – e não apenas a parcela mais intelectualizada – saber que a Globo estava por trás daquilo?

O silêncio é aliado da mentira. Todos vocês estão aqui, opinando, afirmando, debatendo, por amor à verdade. Porque só a verdade traz justiça, progresso e liberdade.

Alguns argumentaram com o exemplo de Brizola: “ah, ele lutou contra a Globo e não conseguiu nada, acabaram com ele”…Hoje é dia de homenagear um sujeito que lutou contra a dominação colonial do Brasil e “acabaram com ele”, literalmente, enforcando-o e cortando-o aos pedaços. Deveriamos ter dito a ele: “olha, rapaz, não se mete nisso, a D. Maria, a imperatriz, não é chamada de ‘Louca’ à toa…”?

Guardadas as porporções e épocas, sermos independentes carrega, em parte, o sacrifício de Tiradentes. Sermos esclarecidos e críticos em relação à mídia e às pesquisas deve-se muito àqueles que, como Brizola, não se “acoelharam” diante do poder na máquina e sofreram as consequencias disso.

Queremos vencer para mudar. Não simplesmente vencer para que tudo seja o mesmo.

Porque se tudo for o mesmo, perderemos. Perderemos nossos sonhos, nossa identidade, nossos compromissos.

Lula venceu em 2006 porque, no último momento, largou os marqueteiros e mostrou que Alckmin e os tucanos iam privatizar e entregar o que restava do patrimônio público. Não deve ter faltado quem lhe dissesse: não faça este discurso estatista, isso é antigo. Ele fez e disparou. ao ponto de Alckmin ter menos votos no 2° turno que no primeiro.

Nunca disse que Lula e Dilma devessem entrar pessoalmente nesta polêmica. É cedo ainda e a hora ainda é de escaramuças, não de batalhas campais. Mas nós temos de contra-atacar, sim, porque, como dizem no futebol “o adversário está começando a gostar do jogo”.

Eu não digo isso para desmerecer ninguém, muito menos para criticar um partido, o PT. Digo porque quero que o povo brasileiro vença.

E com medo, não venceremos.
Dep. Brizola Neto

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