quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dieese: O desafio do ensino técnico

Escrito por Isaías Dalle
12/04/2010

Clemente, do Dieese: 83% de todos os investimentos em ensino profissionalizante público vêm da União

De cada três crianças que ingressam no ensino fundamental, apenas uma chega ao ensino médio. Das que chegam, apenas 10% frequentam o ensino técnico e tecnológico. Os dados foram apresentados por Clemente Ganz Lúcio, coordenador técnico do Dieese, em encontro entre sindicalistas, o presidente Lula e a pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), no último sábado (10).

Segundo Clemente, a conclusão óbvia a se tirar desses números é de que há um enorme desafio a ser superado para manter e aprofundar a caminhada do País na rota do desenvolvimento com distribuição de renda. "O desenvolvimento de longo prazo só vai acontecer se nossa economia estiver adensada", comentou o coordenador do Dieese. "Isso significa produzir mais bens de alto valor agregado, complexos e completos".

Mas é importante destacar, alertou Clemente, que a imensa maioria dos estados da federação são bastante omissos quanto ao desafio de ampliar a rede de ensino técnico e ampliar o acesso de estudantes. "83% de todos os investimentos vêm do governo federal", afirmou. "O problema maior é que os Estados não investem".

Outro dado apresentado durante o encontro dá a medida do tradicional descaso para o ensino técnico e dos investimentos recentes para reverter o quadro. Desde 1909 até 2003, foram construídas no Brasil 140 escolas técnicas. Desde 2004, 115 novas escolas técnicas federais já foram concluídas e estão em operação e, até o final deste ano, segundo promete o Ministério da Educação e Cultura, outras 99, atualmente em construção, serão entregues. Mais do que foi feito em 100 anos.

Clemente também avalia que é preciso rediscutir o chamado Sistema S, que ministra cursos técnicos e profissionalizantes, sem integração com as redes federal e as poucas estaduais. "Combinada com a ampliação da rede, articular as ações dessas escolas seria importante, inclusive para definir qual tipo de curso mais adequado ou necessário para cada região", avalia Clemente.

do: http://www.cut.org.br

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