Em março de 2009, uma equipe da Rede Globo conseguiu um furo de reportagem.
Testemunhou uma feroz invasão de terras griladas por Daniel Dantas, no Pará.
Imediatamente, o jornal nacional e suas ramificações – por exemplo, o G1, – divulgaram as imagens ferocíssimas.
O PiG (*) tratou o assunto como se a Longa Marcha de Mao Tse Tung tivesse acabado de chegar ao Jardim Botânico.
Pouco antes, o Supremo Presidente do Supremo tinha feito declarações bombásticas em defesa da Ordem e do Respeito à Propriedade Rural (sobretudo a Grande).
E o PiG (*) tratou a invasão como uma resposta do MST ao Supremo Presidente.
Hoje, eu conheci João Paulo Stedile, líder do MST.
Ele me contou a seguinte história.
Poucos dias depois de “coordenar” a invasão das terras de Dantas, o “coordenador” deixou o MST e apareceu com um carro novo.
A “coordenação” da invasão foi toda sua.
Ele não consultou ninguém.
Ele não pediu autorização a nenhuma liderança do MST no Pará.
Havia um grupo de acampados perto da sede da fazenda que Dantas grilou.
Três homens saíram do acampamento para cortar lenha.
O “coordenador” disse aos acampados que os três tinham sido sequestrados pelo dono da fazenda.
E “coordenou” a ida dos acampados à sede fazenda para buscar os companheiros.
Quando chegaram lá, havia uma milícia armada, que atirou neles.
E a equipe da Globo, que filmou aquele “furo” fantástico !
Depois, a Globo admitiu que sua equipe viajou para a fazenda num jatinho do Opportunity.
Alguém persuadiu o “coordenador” – disso o João Paulo tem razão.
O resto é suspeita.
Paulo Henrique Amorim
sexta-feira, 16 de abril de 2010
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