18/04/2010 - MOVIMENTOS SOCIAIS
Por: Liora Mindrisz (liora@abcdmaior.com.br)
1° Encontro de Amigos do MST do ABC aconteceu no domingo, no Sindicato dos Servidores Públicos
Diversos militantes de esquerda se encontraram neste domingo (18/04), no Sindicato dos Servidores de São Bernardo, para o 1° Encontro de Amigos do MST do Grande ABC. Esta é uma das atividades que integram a Jornada Nacional de Luta Pela Reforma Agrária, que tem como lema “Lutar Não É Crime” e está ocorrendo simultaneamente em todo o país com diversas ações. A mobilização é característica do chamado “abril vermelho”, que relembra o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17/04/1996 no Pará, onde 19 trabalhadores rurais sem terras foram mortos por policiais militares.
Organizador do Encontro, Marcelo Buzetto, do coletivo de militantes no ABCD, explicou que esta atividade é um resultado de reuniões e da reorganização do MST na Região. “Temos ido a bairros, sindicatos, fábricas e a outros movimentos como o Meninos e Meninas de Rua. O objetivo do encontro é juntar as forças dos trabalhadores do campo e da cidade e com outros movimentos que também são discriminados”, disse.
Para o presidente do Sindicato dos Servidores, que abrigou o encontro, Carlos Roberto da Silva, o Ketu, pode sair uma parceria dessa aproximação. “Na luta da Região, nós, do Sindicato, temos que nos aproximar e até fazer parcerias com o Movimento, principalmente na área de formação, mas também tirando proveito de alguns elementos que eles produzem.”, disse Ketu. “Recentemente sei que a Prefeitura de São Bernardo comprou uma quantidade de feijão. Podemos continuar ajudando na produção deles, por exemplo, com a merenda escolar.”
Programação - Um dia após o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária (17/04), o encontro foi de reflexão sobre os caminhos do movimento. O evento começou por volta das 9h com a exibição de um vídeo produzido pelo MST, sobre o 5° Congresso Nacional do MST, realizado em Brasília em 2007.
O primeiro palestrante do dia foi João Pedro Stédile, da direção Nacional do MST. “Me alegro em ver tantos jovens num domingo de manhã, preocupados com os problemas do Brasil, assumindo essa responsabilidade”, disse. Stédile falou sobre “A Questão Agrária e a Conjuntura Política Nacional”. Para decorrer sobre o tema, Stédile fez uma contextualização sobre a trajetória da Reforma Agrária no mundo, até chegar nos dias de hoje. “Agora, a luta é de modelos: agronegócio e agricultura família”, concluiu.
Após a abertura para perguntas, os integrantes do Encontro – basicamente constituídos de educadores, estudantes, servidores públicos, metalúrgicos, membros de partidos políticos, de movimentos sociais como de negros, de hip hop, de meninos e meninas de rua e de grupos artísticos – fizeram uma pausa para o almoço. Na parte da tarde, acontece o debate com Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, que fala sobre “Os desafios da esquerda na atual conjuntura”.
Mais tarde, às 17h, acontece a atividade cultural com o bloco Unidos da Lona Preta, formado por militantes do MST da comuna urbana Dom Hélder Câmara, de Jandira, em São Paulo. “É uma experiência importante de organização da juventude através da cultura. É a arte presente na nossa luta, outra arma que pode ser usada como transformador”, disse Buzetto.
ABCD Maior
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