"Meu nome é medo", do Frei Betto.
"...Medo de abrir a porta e receber um intruso ansioso por
...
solidariedade e apoio. Com certeza ele quer arrancar-lhe algum
dinheiro ou bem. Pior: quer o seu afeto. Melhor não ceder ao apelo
sedutor. Evite o sofrimento, tenha medo de amar..."
Este trecho que recebi por email outro dia tem muito a ver com o que estou querendo escrever agora.
Não existe ninguém que não tenha se sentido excluído alguma vez na vida!
Excluímos os outros por inúmeros motivos,porque é pobre, porque é doente, porque é feio, porque é gay,
porque é negro, porque é gordo, porque é chato, porque é burro,porque é mulher, porque é homem, porque é desempregado,
porque não tem onde morar...e de repente pode bater aqui na minha porta e precisar de um lugar pra dormir!!...
E Frei Betto deve ter escrito isto pensando no individualismo exagerado da classe média média, não a baixa, que às vezes não possui bem algum!!
E se puxarmos pela memória iremos lembrar do horror que a classe média tinha, lá nas décadas de 60 ou 70, a respeito do Comunismo!
Diziam que o Comunismo era isso, o Estado mandava as pessoas abrirem as portas de suas casas para abrigarem outras famílias, as mais pobres!
Esta mentalidade ficou gravada a ferro e fogo desde lá!! e assim as garras condicionantes do tal do capitalismo tardio e selvagem pode se instalar
com força total nas mentes de todos!! até nas mentes dos que nada tinham a perder!!
Atualmente nas famílias da classe média brasileira, esta mentalidade que Frei Betto se refere, funciona dentro das próprias famílias!!
Hoje no Brasil é raro se saber de pessoas que se visitam, dentro de uma mesma família!! é cada um por si e Deus por
todos, como se dizia...desde décadas passadas!
O mais desagradável de se testemunhar,é quando um familiar sofre de alguma doença mental, tipo bipolaridade, depressão...
e se for paranóia, ou esquizofrenia mesmo!! Acredito que estes nomes de doenças psiquiátricas, são um tanto quanto equivocados!
E indo para outro polo, o das fases de adolescentes difíceis!! na minha família mesmo havia uma prima,que já faleceu,
que era vista como uma delinquente juvenil! E por seus pais não saberem lidar com ela, assim como a família toda cooperava pra que a situação dela piorasse cada vez mais, o desfecho da história dela foi triste demais, morreu num acidente na auto estrada,debaixo de um caminhão aos seus 20 anos! E isto me faz lembrar daquele provérbio popular africano que diz , que é preciso uma aldeia inteira para se educar uma criança!
Este texto que escrevo agora tem uma outra motivação muito atual! Tem a ver com as novas relações "virtuais" através da Internet,das redes sociais especificamente! E tem ... lógico!!! muito a ver com a minha história pregressa de vida!!
Sempre digo, que o subjetivismo tem muito a ver com os caminhos que os estudiosos acadêmicos escolhem!
E se assim não fosse, talvez a ciência estivesse em pior situação!
Na minha história pregressa existiu sim muita exclusão. E tenho muitas ligações com as ideias de educação.
Poderíamos considerar que a exclusão pode sim ser uma estratégia de educadores!
Lembrem-se dos castigos antigos, minha mãe contava que na época escolar dela, década de 30, aqui em São Paulo,
os professores colocavam seus alunos ajoelhados no milho num cantinho da classe,além de usarem a palmatória!
E, podemos imaginar como um aluno era visto pelos outros após ter passado pelo castigo da palmatória!
O que quero frisar muito bem é o fato da exclusão sempre estar muito ligada a castigo!
Pois se minha prima era vista como uma delinquente juvenil e era excluída até pelos próprios primos,
o que isto significava na cabeça de todos era!! deixemos esta sem vergonha pra lá!! deixemos ela abandonada por todos nós,
pra ver se com isto ela saísse daquilo tudo! Mas vejam, isto até poderia funcionar por um lado, mas por outro...
a levou a morte prematura! Precisamos voltar a nos sentirmos gente de verdade!!
Precisamos voltar a nos sentirmos responsáveis pelos outros!! Temos de retroceder lá para as décadas da ditadura militar aqui no Brasil,e processarmos aquelas idéias tacanhas e individualistas do cada um por si e Deus por todos!! e voltarmos a tomar partido de verdade dos outros!!
Até e inclusive tomar partido do familiar doido, ou do amigo desempregado, ou da amiga solitária que se assemelha a uma psicótica!!
Dizia uma vizinha minha nos anos 90, estudante de psicologia, que a psicose é na verdade uma grande solidão!!
Sim, sim, a solidão faz estragos monumentais!! a solidão faz nos parecer doidos!!
Eu com minha visão de educadora libertária, vejo que só o carinho, o amor verdadeiro pode retirar um jovem da delinquência,
um adulto da loucura! E que pra que o Brasil possa sair da primeira infância da democracia precisamos nos irmanar de verdade!!
E talvez, adotarmos uma certa postura de educadores libertários, e entender que podemos sim cooperar com nossos concidadãos...
e quem sabe, através de galgarmos os caminhos da verdadeira cidadania cheguemos a nos tornar pessoas de verdade!!!
Abrações pra todos!! Nadia Gal Stabile
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