Por: Júlio Gardesani (julio@abcdmaior.com.br)
Dos 2,3 mil funcionários na Região, apenas 230 são contratados diretamente pelo Estado
Cerca de 90% de todos os trabalhadores da saúde sob responsabilidade do governo estadual no ABCD são terceirizados. Os dados são do Sindsaúde-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública no Estado de São Paulo) que, em campanha salarial, afirma que as terceirizações precarizam o atendimento ao público. Dos 2,3 mil funcionários da saúde pública na Região, apenas 230 são contratados diretamente pelo Estado; os demais são de responsabilidade das OSSs (Organizações Sociais da Saúde) que terceirizam o setor.
Entre as reivindicações da campanha do Sindsaúde-SP – que decretou paralisação de 48h entre esta segunda (22/03) e terça-feira (23/03) – os trabalhadores cobram do governador e virtual candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra, o fim das OSSs e o retorno das unidades terceirizadas para a administração direta do Estado. “O Estado não tem contrato, como as OSSs, para dizer quem vai atender com a verba que recebem. Além disso, as OSSs pagam mal seus funcionários, o que os obriga a trabalhar em até três lugares. Esta é a política do Serra, sucatear o Estado”, disse o secretário de Imprensa e Comunicação do Sindsaúde-SP, Mauri dos Santos Filho.
Os trabalhadores estaduais da saúde estão divididos em três hospitais da Região. O Hospital Mário Covas é totalmente terceirizado e possui 1,2 mil trabalhadores sob a gestão da Fundação ABC. O Hospital Estadual de Diadema, conhecido como “Serraria”, segue o mesmo ritmo: conta com 1,1 mil trabalhadores administrados pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Comandados diretamente pelo Estado estão apenas os 180 servidores estaduais que permanecem no Hospital Nardini, em Mauá, municipalizado em 1990; os outros 50 estão espalhados pelas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da Região. Diante das dificuldades pelas quais passa o Nardini, o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), chegou a solicitar que o hospital voltasse para a responsabilidade do Estado. Serra recusou a proposta.
Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Saúde afirmou que as terceirizações não precarizam os serviços e acusou as denúncias de “eleitoreiras”.
“Todos os levantamentos relacionados ao atendimento e gestão de unidades estaduais por OSS apontam aumento da produção com redução de custos e qualidade no atendimento. Pesquisa do Banco Mundial, por exemplo, mostra que as OSSs atendem 25% mais a um custo 10% menor”, afirma a nota.
terça-feira, 23 de março de 2010
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