São Bernardo do Campo ganhou, nesta quarta-feira (21/12), uma nova Residência Terapêutica Feminina. Ela está localizada na rua José Monteiro Filho, no Jardim Três Marias. Essa é a terceira unidade do gênero na cidade e a segunda feminina que foi inaugurada pelo prefeito do município, Luiz Marinho. A residência abriga oito mulheres que estavam internadas por longo período no Hospital Lacan, fora do convívio social, e tem como objetivo ressocializar e resgatar a cidadania dos pacientes. Entre as pacientes, duas estavam internadas desde 2003.
O chefe do Executivo afirmou que a inauguração do espaço faz parte do seu compromisso de governo. "Busco liderar um processo de transformação no município, que passa por obras, inovação tecnológica e investimentos de longo prazo, mas que também passa por melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nós queremos que o hospital psiquiátrico seja aproveitado para a realização de atividades que auxiliem o Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade e região", disse.
De acordo com o secretário de Saúde, Arthur Chioro, essas mulheres estão retomando suas vidas no que diz respeito à liberdade e cuidado. Ele ainda salientou que, até o fim da gestão do prefeito Luiz Marinho, nenhum morador de São Bernardo irá viver trancafiado em hospital psiquiátrico.
A cidade tem o compromisso de construir uma rede substitutiva, que terá continuidade em 2012, com a inauguração de mais duas residências terapêuticas e de outros dois Caps III 24 horas, no Jardim Silvina e Alvarenga.
A exemplo das outras residências já existentes no município, as moradoras terão a oportunidade de participar de oficinas de geração de renda e de cursos de capacitação profissional, oferecidos pela Prefeitura ou em parceria com outras instituições.
Além disso, terão apoio em regime de 24 horas, participarão de projetos terapêuticos desenvolvidos pelo Centro de Atenção Psicossocial III, do Centro, e receberão visitas domiciliares dos técnicos da Coordenadoria de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde. A proposta é que elas possam administrar a casa onde passarão a viver e, gradativamente, adquiram autonomia para trabalhar, estudar e recuperar os laços sociais.
A desinstitucionalização dos pacientes psiquiátricos tem a retaguarda do Ministério da Saúde, que, por meio do programa De Volta para Casa, concede um benefício mensal aos residentes, válido por um ano. Além disso, os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) usado para o financiamento dos leitos desativados no Lacan serão repassados pela Prefeitura para o custeio da residência terapêutica.
A moradora Maria Lucia Martins Costa, 34 anos, que foi internada oito vezes no Lacan e está em tratamento psiquiátrico desde 2005, ficou muito feliz de estar na residência terapêutica. "Já trabalhei em casas de família e nunca pensei que iria morar numa casa tão bonita como essa. Espero que a minha filha, que mora no Rio de Janeiro, venha me visitar logo", contou. |
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