quinta-feira, 13 de maio de 2010

O famoso zero de Afif


Na política, a fama, justa ou injusta, derruba ou ergue reputações. Esse critério vale para todos, inclusive para Guilherme Afif Domingos, político de origem malufista e hoje colado no tucanato, na condição de vice de Geraldo Alckmin.

E Afif carrega o peso de uma fama. A fama de ter tirado zero, segundo avaliação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), quando era deputado-constituinte, no final dos anos 80, cavalgando 508.931 votos.

E quem fez a fama – no caso, má fama – de Afif foi um livro de quase 700 páginas, onde, na de número 579, fica-se conhecendo o comportamento do então liberal na votação de matérias de interesse dos trabalhadores, como direito de greve, Piso salarial, jornada de 40 horas, entre outros. Foi assim: zero no primeiro turno da Constituinte; zero no segundo turno; e zero na média final.

Na análise do comportamento do parlamentar, o livro do Diap aponta: “De discurso progressista e prática conservadora, sua atuação na Constituinte certamente contrariou seu eleitorado. Votou contra a proteção da empresa nacional e disse não à nacionalização das reservas minerais. Absteve-se quanto à licença-paternidade, mas não teve dúvidas em apoiar a UDR, votando contra a reforma agrária. Disse não ao direito de voto aos 16 anos e votou contra o tabelamento de juros”.

Está tudo lá no livro (editado em 1988 pela Oboré e pela Cortez) que mede, criteriosamente, o comportamento dos constituintes em dez matérias trabalhistas. Amanhã, publicaremos o voto de Afif item por item.
Agencia Sindical

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