quarta-feira, 19 de maio de 2010

Acordo com o Irã demarca nova geografia política

Contra o ceticismo, Brasil cria aliança fora dos eixos estabelecidos

Clarissa Pont
clarissapont@sul21.com.br

O acordo firmado na presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad, além do primeiro-ministro da Turquia, Tayyiq Erdogan, mexe muitas peças no tabuleiro da política internacional. Mais do que apenas uma mediação, o que está em jogo é a possibilidade da reconfiguração ampla de uma geografia que se desenha com mais força desde a crise financeira internacional de 2008. A formação de alianças fora dos eixos conhecidos, porém, parece surpreender a imprensa nacional, que noticiou durante toda esta terça-feira (18) que o mundo via com ceticismo a iniciativa brasileira. Ao mesmo tempo, os EUA pressionam o Conselho de Segurança da ONU, que ameaça punir o Irã com sanções.

O acordo assinado, diz o jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi, Breno Altman, é inclusive muito semelhante ao proposto em outubro do ano passado pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) ao Teerã, embora os iranianos tenham deixado o pacto na ocasião. Aquele acordo tinha, na época, a concordância dos Estados Unidos, Rússia e França. A própria Agência Internacional de Energia Atômica já calculara que a neutralização de 1,2 mil toneladas do minério seria o suficiente para anular qualquer projeto atômico de caráter militar.
Leia mais

Nenhum comentário: